sábado, 4 de outubro de 2008

Equipe da USP produz primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias

30/09/2008 - 19h40
da Folha Online

Uma equipe do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo) conseguiu produzir em laboratório a primeira linhagem de células-tronco embrionárias 100% nacional. Com isso, o país avança nas pesquisas de manipulação desse tipo de célula, que tem potencial para se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano.

A equipe, liderada pela pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, conseguiu remover células-tronco de um embrião e fazer com que essas células se multiplicassem in vitro. As primeiras linhagens de células-tronco humanas foram estabelecidas nos Estados Unidos, em 1998.
Reprodução
Equipe de Lygia Pereira não parou pesquisas por polêmica no STF
Equipe de Lygia Pereira não parou pesquisas por polêmica sobre células-tronco no STF

No dia 29 de maio, o STF (Supremo Tribunal Federal) deu aval para a realização de pesquisas com esse tipo de célula no Brasil. Antes, as pesquisas não chegaram a ser proibidas, mas muitos profissionais ficaram receosos em continuar com os procedimentos, em razão do impasse jurídico.

A equipe da USP faz testes para conseguir essas células há dois anos. Segundo Pereira, as pesquisas não pararam em razão da tramitação da ação direta de inconstitucionalidade que queria a proibição desses testes. O trabalho foi feito em parceria com o laboratório de Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"O que foi bacana é que o financiamento [por parte dos ministérios] não parou. O governo sinalizou que apoiava essas pesquisas e nós tínhamos de seguir trabalhando", afirma a pesquisadora.

Há cerca de três meses, os pesquisadores conseguiram que uma das células do embrião começasse a se dividir em laboratório. Desde então, eles passaram a fazer com que essas células se multiplicassem, até um número suficiente para atestar que eram pluripotentes --com capacidade de se diferenciar em uma série de tecidos diferentes do organismo.

Nesta semana, uma análise dos cromossomos confirmou essa capacidade das células. A equipe da USP conseguiu produzir neurônios e células musculares em laboratório. Com um embrião, os pesquisadores afirmam ter conseguido centenas de milhões de células, suficientes para utilização em pesquisas "por um bom tempo".

Agora, a idéia é continuar reproduzindo essas células, para fornecer a outras equipes que também estudam o assunto, inclusive para fins terapêuticos, para a busca de tratamento de doenças. "Tem muita gente estudando o tratamento de doenças com células-tronco adultas. Queremos incluir as células embrionárias também, porque sabemos que no caso do sistema nervoso, por exemplo, as adultas não dão conta", diz a cientista.

A Lei de Biossegurança permite a utilização em pesquisas de células-tronco embrionárias fertilizadas in vitro e não utilizadas. A regulamentação prevê que os embriões usados estejam congelados há três anos ou mais e veta a comercialização do material biológico. Também exige a autorização do casal.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u450713.shtml

Como eu deixei passar esse artigo!!

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