sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Na UnB, disco voador e astrologia têm status de ciência

Fundado em 1989, o Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais da UnB promove pesquisas e cursos em quatro áreas: astrologia, ufologia, conscienciologia (relacionada aos potenciais do cérebro humano) e terapias integrativas (propondo novas abordagens na medicina).

Um curso de percepção extrassensorial, por exemplo, envolvia "acessar o mundo extrafísico". Um exercício ajudava a "ver assombração, acessar algo do passado, olhar algo do futuro".

"PRECONCEITO"

Tronconi diz que o núcleo já passou por vacas magras e gordas, dependendo do reitor. "Na atual administração o pessoal é menos radical", alegra-se o pesquisador.

Ele reclama de preconceito contra a área. Com frequência os comitês da UnB negam dinheiro para seu grupo. "Mas eles negaram sem julgar o mérito. Sempre falaram que era bobagem, que a UnB não podia permitir aquilo porque ia colocar a universidade em descrédito."

Os órgãos de fomento federais também negam verba, fazendo com que o núcleo procure fundações estrangeiras interessadas na área.

Uma pena, diz. Esses conhecimentos poderiam ser úteis para a sociedade.

"Existe a astrologia médica, por exemplo. Aqui em Brasília você até encontra um ou outro médico que, quando você vai lá fazer o exame, ele pega seus dados e diz qual parte do seu corpo é mais vulnerável, o que pode ajudar no diagnóstico."

Ele diz que sensitivos poderiam também ajudar a polícia. Suas opiniões não deveriam servir como palavra em tribunais, diz, mas eles deveriam fazer parte das equipes de investigações.

"Algumas pessoas dizem que é charlatanismo, que é feitiçaria, que é coisa de quem tem distúrbio mental", diz. Mas, segundo ele, os alunos se interessam profundamente pelo assunto.

Entre as atividades de pesquisa recentes está a busca pela compreensão dos episódios de supostos aparecimentos de extraterrestres na Terra. Uma outra pesquisa tenta mostrar que sensitivos podem dar diagnósticos precisos da doença de alguém.

PERSISTÊNCIA

O último trabalho de Tronconi envolveu levar seis deles para o hospital da UnB para adivinhar o que os pacientes tinham. A conclusão foi que os sensitivos não conseguiam acertar mais do que um computador chutando doenças aleatórias.

Isso não é motivo para desistir das pesquisas, porém, diz Tronconi.

"Quando há um grande médium, um paranormal, a gente vê que ele é capaz de realizar certos fenômenos", diz. "Mas chega uma hora que ele está cansado ou estressado e vai fazer uma demonstração. Então percebe que não vai dar conta e arruma um jeito de fazer usando um truque. Isso pode acabar com toda a reputação dele."

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/742938-na-unb-disco-voador-e-astrologia-tem-status-de-ciencia.shtml

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