A forma mais simples de dizer esse argumento é o se Deus não existe, não existe moral, essa é mais uma falácia utilizada pelos religiosos, primeiro porque de Deus teria que vir toda a moralidade, segundo não necessariamente alguém que crê em Deus é moral, e terceiro existe uma saída secular com o imperativo categórico de Kant:
Existe... só um imperativo categórico, que é este: Aja apenas segundo a máxima que você gostaria de ver transformada em lei universal."
Immanuel Kant, A Metafísica da Moral (1797)
Trocando em miúdos, faz aos outros o que você gostaria que os outros fizessem a todos, ampliando aquela regra “faz aos outros o que gostaria que fizessem com você”, aqui podemos notar que com essa ampliação de conceito praticamente não existe mais relativismo. Dessa forma não precisamos de uma divindade para defender nossa moral.
Kant expõe quatro exemplos para demonstrar a validade do imperativo categórico:
1-) Mesmo que uma pessoa desesperada deseje suicidar-se, destruir a própria vida não pode constituir uma máxima que se queira aplicar como lei universal da natureza, já que vai contra qualquer princípio de conservação da vida.
2) Uma pessoa se vê forçada, por necessidade, a pedir dinheiro emprestado, porém sabe que não poderá devolver o empréstimo, e assim mesmo promete fazê-lo num prazo determinado. Tal máxima não pode, no entanto, tornar-se lei universal, posto que ninguém mais acraditaria em qualquer promessa. Nem mesmo o devedor desejaria semelhante lei, que faria inviável qualquer novo pedido de empréstimo.
3) Uma terceira pessoa, sabendo que porta talentos ainda não cultivados, vive o seguinte dilema: desenvolver seus dons ou continuar na vida ociosa, dispensando tais habilidades. Opta pelo ócio. Contudo, ela não pode querer, na condição de ser racional, que essa máxima venha a ser lei universal da natureza, posto que os talentos trariam a ela – o mesmo se aplica às demais pessoas – novas possibilidades de melhoria de vida.
4) Alguém que vive na prosperidade e ao mesmo tempo vê os outros em dificuldades pode até não querer ajudá-los, mas não pode querer que tal princípio se torne lei universal da natureza – ele pode vir a precisar de auxílio também.
Apesar de parecer aquela frase de Jesus “Faça aos outros o que, você quer que façam para você”, Kant foi além dizendo faça a todos o que todos querem que seja feito, apesar de haver algumas exceções do que não deve ser feito essa frase foi mais ampla.
Algumas pessoas infelizmente não conseguiram serem morais sem suas crenças, para estas são necessários inferno, torturas e etc, para outras não.
O dilema de Eutífron onde Sócrates o indaga: "Então, a piedade é amada pelos deuses, porque é piedade, ou é piedade, porque é amada pelos deuses?" que os religiosos transformaram em “A moral é comandada por Deus por ser moral ou é moral por ser comandada por Deus?” Aqui temos um grave problema para quem afirma que a moralidade parte de Deus, já o próprio também segue regras morais as quais segundo os religiosos ele mesmo fabricou logo podemos ver uma ser arbitrário.
Normas racionais seculares podem ser descritas dessa forma:
1-) Cada pessoa tem sentimentos e desejos, e eles são semelhantes aos meus pois são dotados de um sistema nervoso parecido com meu.
2-) Quando olho para os meus desejos eu quero ser feliz e evitar qualquer tipo de dor.
3-) Outras pessoas tem os mesmos desejos que os meus, e esses são importante para eles como são pra mim.
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