quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Capitulo Final – A morte.

De um dia para o outro aos 18 anos de idade, ela começava a morrer, já não andava mais, e quando queria levantar chorava, imediatamente meu pai ou eu íamos socorre-lhá, se um de nós não a ouvia minha mãe ouvia, de uma forma ou de outra agente a atendia, a única vez que ela levantou para fazer cocô, mal conseguia ficar em pé e acabou caindo sobre suas próprias fezes, meu pai deu um banho nela.
Quando ela chorava e eu ia até ela, erguia ela e apoiava ela até a água dela, vendo que ela mal alcançava o pote de água, peguei duas formas de pizzas e coloquei em baixo para que fosse mais fácil de ela beber, passei noites e mais noites fazendo isso, mal dormia a noite, mas não ligava pra isso.
Após um tempo ela não ficava em pé mais, não conseguia nem com a minha ajuda ou do meu pai, e começávamos a sentir um fedor horrível, que ela exalava e não sabíamos da onde vinha aquele cheiro, dávamos banho nela quase diariamente, e dávamos água e um suplemento alimentar para cachorros idosos numa seringa, era o único jeito de fazer isso.
No dia 27/10/2010 ela começa a chorar na hora do almoço, coloco ela em pé e percebo que uma pata dela tremia parecendo um ataque de epilepsia, em quanto a outra pata dela não fazia nada, achei isso muito estranho e disse para o pai que gostaria de leva - lá para o veterinário que fica a um bairro de distancia da minha casa, meu pai pegou uma toalha de banho e envolveu ela, na porta de casa uma vizinha que também muito de animais, estava passando e viu agente saindo com a Bel, e disse para ela “Força amiga se essa for sua hora, que não sofra.”, eu e meu pai fomos ao veterinário e minha mãe continuo conversando com a vizinha.
Chegando no veterinário preenchemos a ficha e ficamos no aguardo, aos poucos aquele fedor começou a intoxicar o ambiente, esperando naquele lugar ela voltou a chorar, aparentemente de dor, uma moça ao lado começou a conversar com agente, mas eu não agüentei comecei a chorar e fiquei de costa para ela, me levantei e sai da li, voltei para casa e pedi para minha mãe acompanhar o meu pai, aquilo estava sendo uma tortura para mim, chegando em casa minha mãe também se emocionou, eu peguei uma toalha de banho e chorei, já sabia que ia acontecer no final daquele dia, minha mãe foi e levou o celular, após uns 10 minutos o telefone tocou eu atendi e minha mãe disse “A Bel ta com uma pata necrosada e provavelmente teve um AVC nesses ultimas, ela só tem uns 2 dias de vidas mas serão doloridos, o veterinário disse que a melhor coisa a fazer é o sacrifício”, nesse momento me passou os 18 anos que ela passou ao meu lado de alegria, no momento essa foi a minha decisão mais difícil, eu respondi “Então faça logo, não quero ver ela sofrendo, se essa é a melhor coisa a ser feita, então que faça.”, para mim por ser ateu, aquilo foi uma bomba, não acho que ela está em um paraíso com meus outros cachorros, adoraria que essa idéia fosse verdadeira mas infelizmente não existem evidencia ou algo do tipo.
No dia seguinte fizemos o enterro da Bel na chácara que nós possuímos, também foi um momento difícil pra mim, porque aquela seria a ultima vez que eu iria vê lá, passei noites e mais noites olhando para o canto onde ela dormia, com aquela dor de 18 anos, as vezes me dava a impressão de que ouvia ela chorando, e quase que eu pulava da cama e corria até o fundo de casa dizendo “Calma Bel, Calma Bel eu já to indo.”

Muito Obrigado Bel, por todos esses anos de alegria e de felicidades.

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