quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Capitulo 4 – Velhice

Como todos seres vivos a velhice chega, quando a idade chegou a Bel ficou com catarata e um tumor de câncer cresceu perto da região genitália dela, que foi detectado pela minha prima veterinária, ela mesmo aconselhou que na idade dela não poderia fazer a cirurgia dela porque o risco é alto nessa época ela devia ter uns 16 anos, o que é muito para muito cachorros, outro conselho que a minha prima deu foi que só fizesse a cirurgia quando o tumor sangrasse.
A cada dia que passava eu sabia que era mais um dia próximo a morte dela, e eu tentava me desapegar menos dela mas não conseguia, pela minha ótica materialista não havendo vida pós-morte cada minuto é importante, não existe volta, não existe esse tipo de “muleta”, e é obvio que eu sentia isso, sentia que toda aquela energia anterior da Bel havia diminuído e muito, aos poucos ela começou a parar de latir tanto, eu me lembrava dela caçando passarinhos, pulando o cercado, correndo atrás da bola, e agora a Bel estava ali aposentada dos seu afazeres caninos, nesse ponto da vida de muitos cachorros, muitas pessoas o sacrificariam, o abandonariam ou faziam coisas semelhantes, pra muitas pessoas o cachorro é só um “objeto descartável” mas pra mim, pra mim não, aquela era a minha Bel, e mesmo com todos problemas de idade dela eu jamais a abandonaria.
Com a velhice ela ficou ceguinha de um olho por causa da Pitty e do outro por causa da catarata além disso o tumor que já disse antes, nesse tempo ela tropeçava nas coisas em tapetes, nas quinas da cadeira e da mesa, sem seu reflexo tão afiado quanto antigamente ela caia e penava para levantar, já que não tinha tanta força nas patas como também tinha, fora essas coisas ela uma ótima cachorra.
Depois de um tempo nos mudamos de casa e é claro trouxemos a Bel junto, aonde nós moramos agora tem degraus, 2 no meio da casa e 2 que vão pra frente da casa, nessa época a Bel tinha 17 anos, já estava mais debilitada mas mesmo assim gostava de andar por dentro da casa já que o quintal é pequeno, e muitas vezes ela escorregava nos degraus e caia não é muito alto mas assustava ela, vendo isso agente começou a monitorar quando ela descia ou subia os degraus pra que não tropeçasse mais, com o tempo a Bel acostumou a subir e descer esses degraus, quando chegava perto da escada ela dava um pulinho e conseguia chegar no chão sem grandes problemas.
Numa minha manhã que eu fui soltar ela pra entrar na casa vi que o tumor dela estava sangrando, falei pro meu pai e agente marcou um cirurgia pro dia seguinte em remover o tumor, essa clinica segundo minha tia é umas das melhores aqui da região, o veterinário também disse que ela poderia morrer no processo da cirurgia, não é uma das melhores noticias do mundo, mas pela idade dela essa era uma coisa que poderia acontecer mesmo, no dia seguinte levamos elas lá, ela fez cirurgia removeu o tal tumor, e recebeu alta ela tomou 45 pontos e sobreviveu, uma observação que eu faço foi que o veterinário colocou focinheira nela quando ela estava acordando, o que pra mim já é uma ofensa, a Bel estava atordoada e toda cheia de baba na casinha onde o veterinário a colocou, trouxemos ela pra casa e ela ficou dois dias dormindo, só chorando pra ir fazer xixi e coco longe da onde ela estava dormindo, compramos o aquele colar de proteção pro cachorro não lamber ou morder os pontos, mas foi desnecessário porque ela não fez nada disso, uns 5 ou 6 dias depois ela já corria e voltou a ser minha Bel de sempre e tudo isso com os pontos, passou 10 dias se eu não me engano e tiramos o ponto dela, mais uma mancada do veterinário, ele não anestesio a Bel e por esse erro 5 pessoas tiveram que segura a Bel, esse foi mais um momento que eu quase soquei o veterinário, depois disso ela sobreviveu mais um ano.
Nessa casa que agente se mudou a Bel passou um Natal, mas foi muito importante pra mim esse ano ao lado dela.

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