terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Capitulo 2 – Adulta

Quando eu e meu pai jogávamos bolas no quintal, ela ficava correndo pra lá e pra cá e pegava a bola, saindo em desesperada com seu novo brinquedo na boca , sempre era uma luta pra pegar a bola e continuar o jogo.
Toda vez que era o horário do meu pai retornar da escola a Bel ficava esperando olhando por debaixo do portão, abanando o rabo e latindo fazendo uma festa de recepção diária, isso quando ela não corria pro fundo de casa e voltava igual uma louca, havia tanta energia nela que era quase impossível de ser drenada.

Bel e seus 10 amigos(as)

Houve um tempo em que a nossa casa parecia um canil, chegamos a ter 11 cachorros, não me recordo o nome de todos mas vou citar dos que me lembro: Bel, Albi, Aruska, Priscila e Pretinha. Albi, Aruska e Priscila eram husks, os dois primeiros são da mesma ninhada, eles eram pretos nas costas e eram branco na barriga e patas, pareciam que tinha mascaras na cara, o Albi tinha um olho castanho e o outro azul, a Aruska era parecida com ele mas não me recordo direito, Priscila era o xodó da minha mãe ela tinha toda a pelagem branca e ambos olhos azuis, ela morreu de verme que ná época era difícil de curar, Pretinha também morreu de verme, não sei qual raça ela era, mas ela era o meu xodó. O fim de Aruska eu não sei qual foi, mas do Albi sim, ele foi adotado por uma prima que se formou em medicina veterinária, a vida toda foi muito bem tratado e acabou morrendo de velhice.

A primeira cria.

Quando meu pai estava colocando o carro na garagem, a Bel saiu na rua e como ela estava na rua e havia um poodle – que dizer ser um dos poodles treinado pelo circo do Beto Carreiro – acabou acontecendo, depois de um tempo os filhotes nasceram até um vizinho veio ajudar.
Me lembro que a Bel ficava louca quando apertavam a campainha, e o garotos que eu brincava na rua, começaram a apertar a campainha bem na hora que ela começou a dar o parto, eu fui na porta e falei para pararem, mas não pararam ai disse que na próxima vez quem apertasse a campainha eu bater.
Dessa cria nasceram 6 filhotes e todos eles dormiam no pé da minha mãe, se eu não me engano até existe uma foto desse tempo, só não sei aonde está, todos os filhotes foram doados e não sei se estão vivos ou mortos.

Bel & Patty

A Patty era uma mistura de capa preta com pastor alemão, era da cria da Tina – pastora alemã do meu tio -, era um grande cachorra como todo pastor alemão, obediente, sempre em alerta, sempre fazendo guarda e dando um latido forte e grosso, era assustador ouvir ela latindo a noite, se deu bem por 1 ou 2 anos com a Bel depois começaram a brigar, ai tivemos que separar as duas, fizemos um cercado de metal e dividimos o quintal em duas parte, ai as brigas pararam, a noite agente colocava a Bel na lavanderia e deixava a Patty no quintal todo.
Não colocávamos a Bel na parte de baixo do quintal porque ela pulava toda vez que ouvia rojões, ela conseguia escalar e pulava, toda a vida a Bel teve medo de rojões inclusive tivemos que por aquelas cercas que põem em galinheiro em algumas janelas e na porta, na hora do medo ela virava ninja, até no carro se agente deixa-se aberto ela entrava pela janela.
A Patty teve um morte dolorosa, não se ela foi envenenada ou teve um infarto, eu estava olhando pela janela do meu quarto quando vi ela bufando e ela tinha urinado nela mesma, achei aquilo estranho e falei para o meu pai ligar para a veterinária, ele ligou e a doutora dizia que ia atender mas que era pra esperar 10 ou 20 minutos, passou esse tempo ligamos de novo e o mesmo papo, minha mãe sentou no chão com ela e colocou a cabeça da Patty no colo, após um 10 minutos a Patty morreu e nada da veterinária chegar, a Bel estava na parte de cima do cercado, quando a veterinária chegou o único trabalho que teve era o de levar o corpo dela, depois disso minha mãe ficou muito traumatizada com essas coisas, e não pra menos.
Patty ficou ao meu lado por 5 anos, e foi minha primeira cachorra que sentava e dava a patinha, era engraçado toda vez que ela dava a pata as orelhas delas iam para trás, depois disso nunca mais tive um pastor alemão.

Bel & Bethovem.

Bethovem é um poodle, branco e toy, ele é filho da Dolli que é a poodle da minha tia, fazem 11 anos que ele está com agente, sem duvida pra mim ele é um dos cachorros mais espertos que eu já tive, ele fica dentro de casa, e é a um tempo o xodó da minha mãe.
Uma características mais marcante dele é a forma como as orelhas dele se mexem quando dizemos as palavras “passear” e “coleira”, fazem um movimento pra cima e o olhar dele muda, fica atento a tudo em volta dele, outra coisa que ele nota é se agente muda de calçado, se mudamos de chinelo para sandália ou tennis ele fica encarando, particularmente nunca iria imaginar que um poodle fosse tão esperto não é atoa que são usados em circos.
O Bethovem é o pai da segunda ninhada da Bel, foi um mistura interessante também, nasceram com o tamanho do Bethovem e alguns com a cara da Bel, foram 6 filhotes também e também dormiam no pé da minha mãe. Um dos filhotes foi adotado pela mulher que trabalhava fazendo faxina, os outros eu não lembro, não faço idéia se tem algum vivo, mas bem que gostaria de saber.
A relação entre esses dois cachorros eram boa, não brigavam e quase não se olhavam, nunca tivemos problemas com eles, o Bethovem até hoje está com agente não nós dá problemas.

Bel & Pitty

A Pitty era uma mistura de labrador com Weimaraner *, foi adotada nessas feiras que doam animais, ela era preta é tinha uma espécie de crucifixo branco no peito, ela tinha olhos castanhos e cara de pedinte, um habito que ela tinha era de abraçar o braço da gente quando dávamos carinho no pescoço dela, ela ficava em pé e com as patas da frente segurava o nosso braço, como ela era uma cachorra de grande porte ela arranhava agente.
A Bel no inicio aceitou a Pitty mas depois de um tempo as duas começaram a brigar entre si, ai separamos elas com o sistema anterior, mas mesmo assim não adiantou a Bel ia e ficava latindo pra Pitty, quando um dia elas se pegaram agente comprou madeira compensada e fechamos os dois lados pra elas não se verem mais, mesmo assim um dia a Pitty pegou a Bel por cima, e machucando próximo do olho dela, a Bel naquele dia recebeu dois pontos próximo ao olho e a veterinária disse que ela possivelmente perdeu uma parte da visão.
A noite agente prendia a Bel na varanda e fechava e colocávamos um guarda-chuva, se não a Bel passava a noite inteira latindo pra Pitty, no inicio isso deu certo depois de um tempo a Pitty adquiriu um medo tremendo de rojões, ai ela pulava nas portas e conseguia abrir as portas, fomos obrigados a chavear todas portas se não ela entrava.
Existem duas lembranças que minha mãe vive comentando da Pitty a primeira era que ela sempre fica em pé na janela do quarto dos meus pais, enquanto eles assistiam tv, era só ela ouvir a voz da minha mãe que ela já ficava com a carão dela na janela, outra coisa que minha mãe nunca vai esquecer é que um dia a Pitty pulou na rede as duas foram parar no chão, ambas lembranças até hoje estão fortes na memória da minha mãe.
O Bethovem se dava muito bem com a Pitty ambos brincavam muito, a Pitty dava patadas na cabeça do Bethovem, e ele saia correndo dela e ela ia atrás dele, varias vezes o Bethovem passava por debaixo da Pitty nas brincadeiras deles, era muito legal ver isso.
A Pitty deu uma cria com um outro cachorro chamado Bethovem, ele era um pastor alemão, foram se não me engano 5 filhotes, esse outro Bethovem era o cachorro da mulher que fazia a limpeza da casa – essa é outra do dá cria da Bel - , inclusive essa mesma mulher ficou com um filhotinho da Pitty que se chamou Baronesa, depois dessa cria a Pitty ficou mais seria e não gostava de brincar tanto quanto antes.
Nós decidimos que a íamos viajar no natal, eu, meu pai e minha mãe, e deixamos a Pitty na casa da mulher que fazia a limpeza, ela sempre tratou bem dela, sempre teve muito carinho por ela, mas a no natal no dia 24 para o 25 de dezembro de 2005, recebemos uma ligação dessa mulher, dizendo que a Pitty estava presa entre as grades do portão que separava o quintal dela, esse portão tinha mais ou menos o seguinte formato “I i I”, era um tipo de portão que tinha uma barra no meio da outras barras, imediatamente eu meu pai e minha prima – que era a veterinária – fomos para a mulher nós havia dito que a Pitty estava VIVA porém machucada, chegamos lá mas ela tinha mentido, a Pitty estava morta, na minha cabeça passou os 3 anos de alegria que ela havia me dado, mil coisas se passam na cabeça da gente, minha prima disse “nessa época do ano isso é muito comum de acontecer, por causa dos rojões e também na virada do ano isso acontece”, é claro que nessas horas são palavras vazias agente esculta mas a cabeça está em outro lugar, a única coisa que eu pensava era “quanto essa cachorra sofreu para morrer, o quanto ela deve ter gritado e chorado, pra que alguém a socorre-se”, levamos o corpo dela para um dessas clinicas 24 horas e deixamos lá, aquele foi meu pior natal e final de ano, a Bel estava sendo tratada por mim e pelo meu pai, a cada 2 dias nós íamos ver como ela tava, não deixamos as duas juntas porque a Pitty conseguia abrir o portão da separação entre elas, agente temia que a Bel leva-se a pior nessa briga, por isso tomamos a atitude de deixar ela com a mulher trabalhava lá. Após isso ela veio na segunda trabalhar mas o clima estava pesado e mais rápido do que veio foi, depois de um tempo ela pediu demissão, disse que não agüentava mais o clima e tudo mais, agente concordou, nunca mais vi ela.
Até hoje ainda sinto que ela poderia ter feito algo e não fez, mas não é algo do tipo aportar o dedo e dizer teve culpa nisso, acho que é um sentimento do tipo “poxa, como ninguém ouviu a cachorra gritando de dor?”, isso talvez me persiga pelo resto da minha vida.

* Não sei como se escreve o nome dessa raça.

Nenhum comentário: